terça-feira, 15 de maio de 2012


“Temos de nos tornar a mudança que queremos ver”
Penso que a transformação a ser atingida pela educação no Estado da Bahia passa necessariamente pela convulsão coletiva atravessada, atualmente, pelo funcionalismo público. Todos reconhecem a educação como: (use aqui todas aquelas frases e bordões), mas a materialização deste discurso passa a léguas de distância. O fisiologismo, a corrupção e todas as deficiências de um sistema político ultrapassado e esfacelado não podem ser suficientes para vencer o verdadeiro emoliente da sociedade e sua perspectiva de futuro.
Os atuais governantes já demonstraram a sua incapacidade de gestão, seja de recursos ou de conflitos; a população já demonstrou (ao menos no curto prazo, vide Sarney, Collor, Calheiros, Maluf entre outros) que eles serão reconduzidos ao poder, e, diante disto, para onde caminha a nossa esperança?
A artilharia montada contra o movimento grevista não seria mais uma tentativa de minar esta esperança?
Humildemente ouso responder:
Nenhuma tática fascista usurpará de um educador a satisfação de enxergar no olhar de um educando a alegria de ter alcançado o aprendizado.
Nenhuma propaganda enganadora, que busque contrapor a população baiana ao movimento grevista, irá suplantar a realidade dos fatos.
Nenhum recurso judicial irá abater o sentimento e o clamor por justiça.
Nenhum político de índole duvidosa será capaz de atentar contra a honra de cada um dos pais e mães de família que terão os seus salários cortados por exercer a cidadania de forma combativa.
Nenhum silêncio, daqueles que antes eram comando de greve, irá sufocar o brado vitorioso de quem luta pela verdade.
Nenhuma alegria será maior do que a que sentiremos ao ver a sociedade assumir verdadeiramente a política como uma arte sadia, de homens e mulheres íntegras, onde os recursos financeiros sejam os meios e não os fins em si de cada ação.
Nenhum sentimento de vingança nos alimenta, nem alimentará, pois o amadurecimento intelectual que nos acompanha nos transforma em sujeitos contemplativos, solidários e entusiasmados, quando o que está em jogo é a construção de um Estado socialmente comprometido e espacialmente contextualizado.
Portanto, o que reside hoje em nossos corações é a certeza de que a vitoria almejada pelos educadores e educadoras, não se resume às cifras que os governantes alardeiam não possuir, mas que acompanham suas contas bancárias e os seus rendimentos nos paraísos fiscais.
A vitoria que buscamos está focada na estruturação do entendimento de que o discurso e a prática de se tratar a educação como prioridade devem ser uníssonos. E que nunca mais nos deparemos com certos slogans cuja finalidade reside na falácia e na enganação. Afinal, na Bahia “agora tem, tem, tem” e sempre existiu uma gama de categorias empenhadas em desconstruir os discursos de governos enganadores.
Fica ao nobre governador a frase de Gandhi “se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”. Não continue a se igualar aos que tanto combateu, construa o novo com o qual a Bahia foi por ti convencida de que valia a pena mudar.

Rafael Gama Moreira
Professor

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