“Temos de nos tornar a mudança que queremos ver”
Penso
que a transformação a ser atingida pela educação no Estado da Bahia passa
necessariamente pela convulsão coletiva atravessada, atualmente, pelo
funcionalismo público. Todos reconhecem a educação como: (use aqui todas
aquelas frases e bordões), mas a materialização deste discurso passa a léguas
de distância. O fisiologismo, a corrupção e todas as deficiências de um sistema
político ultrapassado e esfacelado não podem ser suficientes para vencer o
verdadeiro emoliente da sociedade e sua perspectiva de futuro.
Os
atuais governantes já demonstraram a sua incapacidade de gestão, seja de
recursos ou de conflitos; a população já demonstrou (ao menos no curto prazo,
vide Sarney, Collor, Calheiros, Maluf entre outros) que eles serão reconduzidos
ao poder, e, diante disto, para onde caminha a nossa esperança?
A
artilharia montada contra o movimento grevista não seria mais uma tentativa de
minar esta esperança?
Humildemente
ouso responder:
Nenhuma
tática fascista usurpará de um educador a satisfação de enxergar no olhar de um
educando a alegria de ter alcançado o aprendizado.
Nenhuma
propaganda enganadora, que busque contrapor a população baiana ao movimento
grevista, irá suplantar a realidade dos fatos.
Nenhum
recurso judicial irá abater o sentimento e o clamor por justiça.
Nenhum
político de índole duvidosa será capaz de atentar contra a honra de cada um dos
pais e mães de família que terão os seus salários cortados por exercer a
cidadania de forma combativa.
Nenhum
silêncio, daqueles que antes eram comando de greve, irá sufocar o brado
vitorioso de quem luta pela verdade.
Nenhuma
alegria será maior do que a que sentiremos ao ver a sociedade assumir
verdadeiramente a política como uma arte sadia, de homens e mulheres íntegras,
onde os recursos financeiros sejam os meios e não os fins em si de cada ação.
Nenhum
sentimento de vingança nos alimenta, nem alimentará, pois o amadurecimento
intelectual que nos acompanha nos transforma em sujeitos contemplativos,
solidários e entusiasmados, quando o que está em jogo é a construção de um
Estado socialmente comprometido e espacialmente contextualizado.
Portanto,
o que reside hoje em nossos corações é a certeza de que a vitoria almejada
pelos educadores e educadoras, não se resume às cifras que os governantes
alardeiam não possuir, mas que acompanham suas contas bancárias e os seus
rendimentos nos paraísos fiscais.
A
vitoria que buscamos está focada na estruturação do entendimento de que o
discurso e a prática de se tratar a educação como prioridade devem ser uníssonos.
E que nunca mais nos deparemos com certos slogans cuja finalidade reside na
falácia e na enganação. Afinal, na Bahia “agora tem, tem, tem” e sempre existiu
uma gama de categorias empenhadas em desconstruir os discursos de governos
enganadores.
Fica
ao nobre governador a frase de Gandhi “se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma
história nova”. Não continue a se igualar aos que tanto combateu, construa o
novo com o qual a Bahia foi por ti convencida de que valia a pena mudar.
Rafael Gama Moreira
Professor
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